O ano é 1984, somos apresentados Winston Smith, uma das muitas engrenagens de uma sociedade em que o todos os cidadãos são vigiados e controlados constantemente pelo Grande Irmão (Big Brother) líder do partido que tem como ideologia o Socialismo Inglês (IngSoc). Winston trabalha no Ministério da Verdade, cuja a função, ao contrário de seu nome, é mentir.
“Guerra é Paz
Liberdade é Escravidão
Ignorância é Força”
Esse é o slogan do partido, e em seus 39 anos de idade e sem conseguir lembrar da vida antes desse regime opressor, Winston, trabalha diariamente alterando fatos de jornais, mudando a história. Pessoas somem, e têm seus nomes apagados de todos os registros, como se nunca tivessem existido. Apesar da vigilância através de teletelas (espécie de televisão, que transmite, e filma ao mesmo tempo) ele consegue um caderno, e passa a escrever, de maneira desajeitada, seus pensamentos, um crime gravíssimo e punido severamente.
Um dia conhece Julia, uma personagem sem sobrenome, que é funcionária do Departamento de Ficção, local onde máquinas “montam” (escrevem) romances baratos para a grande população de marginalizados. A moça, muitos anos mais nova, trava com ele a princípio olhares discretos, com medo de serem apanhados pelas teletelas que a tudo observam, até que finalmente, entrega a ele um pequeno papel, dobrado cuidadosamente, em que está escrito “TE AMO”. Começa assim a rota de colisão entre o indivíduo e a ideologia dominadora na qual eles vivem.
Ao terminar de escrever o livro em 1948 (seria publicado no ano seguinte) Orwell nos mostrou as possíveis consequências de uma mundo pós ataque nuclear, em que o um regime totalitário exerce influência em todos os aspectos da vida das pessoas, e as liberdades individuais já não existem. Imaginou um mundo horrível, assustador, mas ao mesmo tempo possível. O que levou muitos leitores a lutarem, para que isso não se tornasse realidade.
O livro é precursor de outros livros distópicos como Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, publicado em 1953, e dentre as seus influenciados, temos a conhecida história em quadrinhos V de Vingança de Allan Moore em que o governo descrito, se assemelha ao IngSoc do livro e o personagem mascarado, aos desejos de Winston Smith.
Sem dúvida uma leitura impactante, que irá tirar o leitor de sua zona de conforto, ao mesmo tempo que o deixará angustiado e com a estranha sensação de vigilância. Um livro para ser lido e refletido.
A edição que li, publicada em 2012, pela Editora Companhia das Letras, traz os posfácios de publicações anteriores, além de fazer parte de uma coleção com outras obras do autor, como “A Revolução dos Bichos”.
Possui ainda uma adaptação ao cinema do ano de 1984 (e outra da década de 1950), em que Winston é vivido pelo John Hurt, que mais tarde participaria também da adaptação em filme de V de Vingança.
Encontrei um documentário muito interessante sobre o livro e o autor:
Links dos livros de George Orwell:
Link para o livro original em Inglês:
Outros livros que podem lhe interessar:
Seja o Grande Irmão:
Ótima resenha! Despertou meu interesse em ler a obra! Parabéns!
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Obrigado Karol! 😉
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Vi o filme nos anos da faculdade (Eu via muito cinema então). Apesar de John Hurt (que eu adoro) é um filme pesado de assistir… Sendo assim, nunca me animei a ler o livro; creio me deixaria mais deprimida.
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Fico feliz com o seu comentário Claire, o filme é pesado, assim como livro. Fiquei reflexivo (ainda estou) após a leitura. 😉
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Só vi o filme! Gostei muito! Preciso ler o livro!
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Adorei a resenha! Gosto dessa temática!
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