Sempre gostei de ler e de colecionar livros. Acompanho alguns booktubers e bloggers relacionados a esse universo e já a algum tempo me deparei com o seguinte questionamento “O vazio de uma estante cheia” mas vou explicar melhor para que vocês possam entender como cheguei a esse ponto.
Como disse acompanho as redes sociais de pessoas que gostam de livros, algumas como eu, compram livros com uma certa frequência, e não raro tem uma pilha de livros para ler. Por uma limitação financeira e de espaço, mantenho minha pilha controlada. Observando outras pessoas vi que a pilha dos livros “por ler” não parava de crescer. Pilhas e pilhas de livros que foram comprados para virar uma lombada bonita na estante. Alguns foram presentes de editores, ou até mesmo presentes de fãs. A questão me chamou atenção, e comecei a me perguntar em que ponto deixamos de ser colecionadores de livros e leitores, para nos tornarmos acumuladores.
Outra questão que quero levantar, é a velocidade com que as pessoas com uma lista grande”to be read” tem que ler seus livros. Penso que alguns livros precisam de um certo tempo para serem degustados (Dan Brown, não se ofenda) até por proporem reflexões que só podem ser feitas se o leitor usar sua cabeça. Senão o livro vira um amontoado de palavras, mas que no fundo não estão acrescentando nada a você como pessoa, apenas virando uma foto bonita nas redes sociais.
Quem vence a corrida nem sempre é o leitor mais rápido, na verdade não existe corrida! Observo que as pessoas medem sua capacidade como leitores em quantidade de livros lidos no ano. Quando na verdade essa quantidade pode não refletir qualidade de leitura. Uma pessoa que leu mais 100 livros pode se comprar a uma que leu 12? Quem sabe a que leu 12, não viveu melhor o que o livro queria transmitir, isso sem falar que quando o livro vira parte do seu dia a dia a experiência fica mais gostosa, ai você percebe que não precisa de pressa para o que te faz bem.
Meu objetivo aqui não é recriminar os costumes de ninguém, apenas quero propor uma reflexão para que veja menos estantes cheias e mais pessoas felizes e completas. Aos leitores do blog que se identificaram com o texto, proponho rever o que você guarda em suas estantes, e se não poderia estar melhor na mão de alguém que não tem acesso ao livro e que futuramente pode se tornar outro leitor.
Abraços e até a próxima.
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Concordo com td que vc escreveu neste post. Eu gosto de ler, tenho um blog literário, mas tb tenho um trabalho de 40 horas semanais, cuido dos afazeres da casa, então como realizar a leitura de 100 livros no ano? Creio q isso é algo impossível para mim, até pq gosto de ler devagar, entender realmente o q estou lendo.
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Gio, respeitar seu ritmo de leitura é muito importante. Obrigado pelo seu comentário! 😀
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eu concordo em partes sobre a quantidade crescente de livros por desejo consumista. Vejo gente que é colecionador do objeto livro e trata a estante como um guarda-roupa (seguindo a lógica do “não ter o que vestir, apesar do guarda-roupa cheio e corre a comprar mais).
Mas aí, lembro da ‘Anti-biblioteca’ de Umberto Eco e tento ser esperançosa a pensar na(s) estante(s) como um artifício de pesquisa e – por mais que tenha me comprometido a ler mais e comprar menos – tento levar essa ideia pra vida.
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Uma boa saída é trocar livros com amigos, assim podemos debater sobre a leitura e ainda teremos livros novos para ler. Obrigado pelo seu comentário! 😀
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Sim, trocar ou passar adiante eu sempre acho válido. Mas também acho válido manter minha estante pra pesquisa ❤
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Verdade isso, sempre fui apaixonada por leitura mas sempre tinha um certo cuidado e só comprava livros novos quando não tinha mais nenhum para ler na minha estante. Mas confesso que esse hábito ficou muito mais difícil de manter quando tive a chance de comprar mais livros do que eu me permitia. E a pilha naturalmente vai crescendo, às vezes tenho que me controlar para não sair comprando mais livros do que posso ler, mas ainda me espanto quando ouço algumas pessoas falarem que possuem mais de cem livros não lidos na estante, parece absurdo rs. Concordo contigo que a leitura tem que ser apreciada. Eu leio muito menos do que gostaria e do que lia há alguns anos quando não tinha a responsabilidade de uma casa para cuidar, trabalho fora e etc…Mas o que vale é manter o prazer da leitura sempre vivo né? Não como uma corrida como você mesmo disse mas como uma caminhada leve e divertida.
Abraços 😀
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Gostei muito do seu comentário! Concordo com você o que vale é manter o prazer da leitura sempre vivo. Abraços
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Parabéns, Antonio. Estou visitando o espaço bem menos do que gostaria. Apesar de tudo achei bem legal o aumento no número de comentários, mostra essa dinâmica que se aproxima dos leitores, é muito bom. Mas parabéns pela discussão, ela é muito valida. Leitura é sempre valida, mas quando separamos esse grupo que gosta das leituras chegamos ao debate das estantes e das bibliotecas particulares.
Acho que a discussão é longa. principalmente quanto ao estimulo a utilização de bibliotecas públicas nas escolas mesmo. Mas para isso precisamos ter bibliotecas estruturadas, com bons acervos, estrutura e principalmente, bibliotecas locais ou de bairros, próximas das nossas comunidades. Mais que tudo, um participação das escolas, no sentido da escola estar mais próxima dos livros e da literatura em geral, não só dos clássicos, que também são ótimos, de modo que os alunos estejam mais presentes nas bibliotecas. Que as aulas também incentivem e adotem os livros de sempre, e que o debate e discussão se aproxime mais. Mas a discussão do apoio a cultura, a educação e responsabilidade do poder público é complicado.Nisso tudo seria tratado a importância de cuidar bem dos livros, sobre roubos, e sobre o manuseio coreto do livro, bem como deixar longe de alimentos ou coisas que podem suja-lo. Bem como a necessidade de fazer anotação nos livros. Isso tudo ajudaria muito a lerem trocarem, usarem bibliotecas e demais coisas.
Sem me estender, mas farei outros comentários para desenvolver melhor a ideia.
Abraços.
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Fabricio teus comentários são sempre enriquecedores! Muito obrigado 😀
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Gostei do titulo, lembra um pouco reflexão da insustentável leveza do ser e de nossa acomodação. Mas continuemos a discussão.
Principalmente no que tange a modernidade e os poucos espaços dos nossos espaços para os leitores pródigos. Isso nos leva a velha discussão sobre os novos leitores digitais e a ausência dos livros físicos para não se ocupar espaço. Sabemos já os prós e contra e cada um tem os seus motivos para ter ou não os novos leitores, ainda também levando em consideração o preço destes.
A frança, principalmente no que diz respeito a capital e o pouco espaço dos ambientes urbanos são bem comuns a dinâmica de troca e venda de livros, bem como a utilização de bibliotecas públicas. Lá e muito conhecido os sebos e a barracas de venda e troca de livros ao longo do sena. Aqui em Belém o prefeito proibi ou restringi o comercio na Praça da Republica, um dos principais espaços públicos da capital paraense.
No Brasil ainda se lê muito pouco e está presente na nossa cultura. Karnal dizia que você ler dar a velha ideia de não estar fazendo nada, que atividade está muito ligado ao trabalho físico. Podemos levar a velha ideia ao ócio, mas ler e escrever também pode estar associado ao trabalho e estudo, ou mesmo de entretenimento é é muito importante esse tempo consigo e sua historia.
Claro que existem tipos de livros e formas de contar diferentes, seja didático, literatura ou acadêmicos, entre outros. Mas muito mais que tudo sabemos que ainda em cada tipo ou gênero há uma qualidade distante dentro desses mesmos grupos. ainda temos muito que discutir. rsrsr
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Acho muito importante incentivar a leitura nos outros. Para os que ainda olham os livros como um objeto complexo e certas vezes com o mesmo medo que os animais apresentam em relação ao fogo, cabe a nós leitores, dismistificar a leitura. Quem sabe essa não seja a saída para todos os problemas que o Brasil enfrenta hoje…
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Voltemos as estantes e os livros. Como disse o filosofo Benedito Nunes, não adianta só ler o livro se não for ler, sabemos que não será a estante que lerá. Sei que é importante também aquela seleção, e separar o que não leremos ou não interessa mais.
Sobre a qualidade sabemos que tem livros que são melhores que outros, mais profundos e um boa escrita, mesmo os de literatura. Sabemos que o Grande Sertão Veredas ou os de Clarice Lispector são profundos e de infinitas interpretações, diferente de muitos que podem ter muitas paginas e sã vazios de conteúdo. Há livros que são mais profundos nos impressionam e estimulam. Deixo de lado a critica pra não falar de autores que determinadas pessoas gostam.
Uma observação sobre Dan Brown, mesmo seus livros sendo relativamente “simples” dizem que eles estimularam o interesse por determinadas obras, por trazer a tona e informa sobre elas. Fez conhecer e instigou as pessoas a conhecer sobre as obras tratadas nos roteiros ficcionais.
Lúcio Flávio Pinto, no prefacio no livro de Eidorfe Moreira, O Sertão, a Imagem e a Palavra, fala sobre a biblioteca de Kant. A biblioteca do filosofo alemão era pequena para um pensador do seu porte, devia ter contado cerca de 200 livros, mas que sabia exatamente os títulos que possuía e já tinha trabalhado e retrabalhado, absorvendo bem o assunto de cada um. É claro que tempos antigos sabíamos da dificuldade de difusão dos livros, mas o foco e trabalhar exatamente o que se tem.
Quem gosta de fazer anotações ou precisa, livros que estudamos ou consultamos, estão são importantes ter. Outros justificam a dificuldade e a pouca edição de determinados títulos. Quem conhece sabe que é difícil conseguir todos os livros da coleção do Dalcidio Jurandir. Além da oportunidade de adquirir determinados títulos em algum momento, aquele livro que você quer e vê uma vez na vida outra na morte, ou mesmo o bom preço. Poderão dizer que é desculpa de acumulador. Mas tudo que queria era realmente u bom tempo livre para ler tudo isso.
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Ótimo post, é isso mesmo. Estou com uma pilha de livros sem ler, mas o importante é respeitar o tempo.
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