O mês de setembro é dedicado internacionalmente para a conscientização e combate ao suicídio. O tema é bem delicado, e o meu objetivo com essa resenha é apresentar um filme e um livro, que talvez alguns de vocês tenham visto ou lido.

O filme As Horas (2003), baseado em um livro homônimo, conta a história de 3 mulheres, que vivem em períodos diferentes, mas que passam por problemas parecidos. A primeira é Virginia Woolf (Nicole Kidman) no ano de 1923, escrevendo Mrs. Dalloway em meio a uma crise que ameaça destruir a sua vida. Depois em 1949, conhecemos Laura Brown (Julianne Moore) que vive em Los Angeles o aparente sonho americano do pós-guerra. Por detrás da fachada, Laura enfrenta uma séria crise, e está em conflito em relação a sua família, seu filho pequeno acompanha com os olhos atentos e seu marido parece não perceber a gravidade da situação. Por último conhecemos Clarissa Vaughn (Meryl Streep) que vive em Nova York no dias atuais com sua companheira e irá organizar uma festa para Richard (Ed Harris), um escritor que irá receber um prêmio literário. Para complicar a situação de Clarissa, ela e Richard tiveram um caso no passado, e agora o escritor está com AIDS em estágio terminal.


A atuação das três protagonistas, como do elenco de apoio é muito especial. O diretor do filme consegue interligar a vida das mulheres através de cortes de cenas sincronizados. Quando uma está prendendo o cabelo, a cena corta para outra que está fazendo o mesmo e assim o filme continua alternando entre a vida das mulheres. Existem referências claras ao romance Mrs. Dalloway, que é o livro que está sendo lido por Laura e a personagem principal do romance, chamada Clarissa decide comprar flores, para uma festa, assim como está acontecendo em Nova York.
Estou analisando o filme como um leigo, não posso dar opinião psicológica ou profissional sobre as causas que levaram cada um das mulheres a fazer o que fizeram, mas como espectador atento, percebi que existem pequenos detalhes que tornam o filme mais interessante, como a quando Clarissa na floricultura e se depara com um vaso de ofélias, clara referência a Ophelia, personagem suicida de Hamlet.
Por fim, o tema da homossexualidade também é abordada no filme, para quem leu o romance Mrs Dalloway percebe que existem de forma muito sutil duas referências a possíveis romances uma entre o veterano da Primeira Guerra Mundial que tem uma mistura de lembranças e alucinações com Evans, que foi morto durante o combate. Outra entre a própria Clarissa e uma amiga chamada Sally. Percebam que os nomes do casal de Nova York são Clarissa e Sally. Não pude deixar de notar que existe uma evolução em relação a concretização do amor nos três períodos de tempo, não falarei sobre isso, para não estragar o filme para ninguém, mas é possível perceber que com a passagem do tempo a concretização dos sonhos e do amor se torna mais possível (cada uma a sua maneira).
Recomendo o filme, mas verifique a classificação indicativa de idade e caso você esteja passando pela mesma situação que uma das personagens, peça ajuda a sua família e amigos, e mais importante procure ajuda profissional.
Ainda não leu Mrs. Dallaway?
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Filme muito bom! Ótimo post!
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Nunca vi o filme, mas depois dessa resenha com toda certeza irei ver.
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