Ela entrou no apartamento calmamente, estava escuro, mas via-se alguma claridade na sacada, vinda de um pequeno pátio com algumas plantas.
Acendeu um cigarro, sorveu, avivando a chama, depois soprou displicente, caminhando ao pátio. Agarrou o parapeito, se apoiou, subiu uma perna, depois a outra. Sentada, cigarro na boca, balançou o corpo como numa dança, vento nos cabelos.
Viu pequenas luzes, distantes, algumas tremulantes, distantes como estrelas.
Apagou o cigarro, esfregando a chama na pedra fria. Já não dançava, apenas olhava aquelas luzes, como estrelas. Fechou os olhos, se inclinou um pouco. Pensou naquelas pequeninas estrelas.
Relaxou as mãos, sucumbindo ao peso de seu corpo, tudo era ar, violento, envolvendo seu corpo.
Viu que aquelas luzes não eram estrelas.
Silêncio.
Texto Antonio Pimenta
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Tô chocada com esse post. Tão reflexivo.
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Que profundo! Surpreendente.
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