O Vampiro de Belém

Ao leitor desavisado, informo que sou um homem, ou um dia fui. Agora sou não sou mais humano, ou pelo menos não como você. Sei que existem infindáveis pessoas que mantém uma carapaça de humanidade, mas por dentro são uma espécie diferente de ser, assim como eu.

Minha tentativa de narrar minhas memórias é tardia, diria que de certa forma relutante, mas antes que o meu fio do tempo seja cortado, fato que independe da minha imortalidade, pois ao mesmo tempo que posso viver para sempre, posso morrer amanhã. Assim, para sua sorte, ou azar, aqui começa a minha história.

Sou um vampiro, isso até poderia ser um fato corriqueiro, mas moro em Belém, o que muda tudo e torna a minha história diferente de tudo que vocês já tenham lido ou ouvido sobre nós.

A começar pelo clima, pois tenho predileção por romances ingleses, a cidade é um tanto quente e úmida, enquanto europeus preferem caixões ou túmulos, confesso que as vezes durmo em uma rede, mas não me embalo, tenho náuseas. Ah, o calor da cidade, muda inclusive meus hábitos alimentares. Por isso, me alimento exclusivamente de homens, mulheres tem o sangue muito quente, já seus pares masculinos, principalmente depois dos 40, um sangue que poderia ser considerado quase gelado, deveriam experimentar!

Por razões pessoais, não abordarei como me tornei um vampiro, nem quem mordeu meu pescoço, pois isso me causa certo embaraço. Digo apenas que não sofri, pelo menos não no início. Depois acabei me acostumando a minha nova condição. Agora, um vampiro feito, e feições de quase meia idade bordadas no meu rosto. Não envelheço, mas noto pequenas rugas com passar dos meus dedos, como não o vejo em um espelho a mais de 30 anos, apenas as sinto. Existe uma grande diferença entre o sentir e ver. Preferiria ver e não sentir.

Precisar a data em que escrevo minhas memórias pode ser um tanto desnecessário, pois em meu tempo de vida, e de morte, pouca alteração fez-se perceber ao meu redor. Alguns lugares mudaram de nome, pessoas morreram, outras nasceram, mas a cidade continua a mesma, a cada ano que passa, a mesma, como eu. Uma informação um tanto imprecisa. Eu mudei. Pouco, confesso, mas a cidade não.

Continua…

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Quer ler a continuação dessa história? Deixe mensagem nos comentários que o vampiro de Belém responderá a todos. No seu devido tempo claro.

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10 comentários Adicione o seu

  1. Pois continue logo essa história 😀

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    1. Vampiro de Belém: Até julho teremos a continuação dessa história.

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  2. Curti! Aguardo continuação!

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    1. Vampiro de Belém: Darlene o melhor ainda está por vir

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  3. Me deixou curioso! Vou aguardar a continuação.

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    1. Vampiro de Belém: Uma honra ler um comentário de alguém tão talentoso.

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  4. Giuliana Murakami disse:

    Adorei essa primeira parte!!! Altas reflexões vampirescas em um cenário bem belenense!

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    1. Vampiro de Belém: O nosso cenário vampiresco é cheio de peculiaridades, aos poucos cada um dos vampiros ganhará uma parte nesta narrativa.

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