Antes das noites de Sherazade, nas areias quentes da Arábia, vivia um carregador de tapetes que trabalhava para o cruel Sultão. Todos os dias carregava tapetes, roupas e tudo mais que pudesse colocar nas costas, para ao fim do dia ter pão e mel.
Certa vez o Sultão começou um romance com uma bela senhora, e como forma de informa-la das suas intenções, mandou escolher os melhores tapetes de seu palácio para envia-los como mostra de generosidade e de amor. Assim o jovem levou todo aquele peso através da cidade, que já por essa época estava apinhada de pessoas e de problemas.
Na casa da senhora, o presente foi recusado. Ela disse que o Sultão teria que vir em pessoa, coberto de ouro para que pudesse assim reclamar seu amor. O jovem saiu, agora sem os tapetes, que apesar de recusados, ficaram. Ao retornar a casa de seu amo e narrar o ocorrido, este imediatamente mandou lhe fazerem roupas novas, douradas. Além de reunir o máximo de seu tesouro, pois iriam ter um casamento.
A cidade toda escutou rumores do casamento dourado do Sultão, e bandidos não tardaram a cercar o local. Temendo pela vida, chamou o rapaz que carregava seus tapetes, e ordenou que trocassem de roupas. Caso um mal lhe ocorresse, seria feito ao rapaz e não a ele.
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I
Os dias que se seguiram a tentativa de roubo do palácio real foram os mais difíceis para Jafar. Perdeu seu bando de ladrões e por pouco não perdeu a vida. Fugiu rastejando, mas manteve seu orgulho. Agora esse orgulho era a única coisa que tinha e iria se vingar. Seu estomago doeu, estava cansado e com fome. Havia andado durante alguns dias nas proximidades de Agrabah e não sabia para onde ir ou o que fazer. Quando aos seus ouvidos chegou uma melodia doce e caminhou em direção a uma multidão que estava reunida nas proximidades.
Jafar era magro, e ainda não muito alto. Teve dificuldades para olhar o que atraía a atenção de tantas pessoas. Quando finalmente alcançou o espaço aberto, viu um homem gordo sentado. Tocava um instrumento que ele não conhecia. O mais espantoso eram as serpentes que pareciam hipnotizadas pela música. O homem havia encantado os animais, a multidão e fizera os olhos de Jafar brilharem.
O primeiro contato com a magia fez Jafar ficar parado olhando atento aos movimentos do músico. A cada nova peripécia realizada pelas serpentes, que pareciam estar em total controle daquele homem, o menino ficava mais fascinado. Muitas moedas foram jogadas. Os animais rastejantes apanhavam com a boca cada uma delas e as colocavam em cesto, que logo ficou cheio. Com um acorde final bem sonoro, os animais passaram pelas mangas das vestes do encantador e desapareceram aos olhos de todos. A multidão dispersou, procurando outras formas de esquecer suas misérias. Jafar ficou. Não sentia mais fome.
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Se você já teve vontade de fazer pedidos para um gênio, conheça a história de um antigo Sultão que descobriu que ter nossos desejos atendidos nem sempre são as dádivas que esperamos.
O sultão tinha muita prosperidade. As pessoas ao seu redor viviam felizes. A sua cidade era bonita e a harmonia entre tudo e todas as coisas era soberana. Foi nesse momento que um gênio resolveu fazer uma visita ao palácio.
A sua aparência apesar de lembrar um humano, não poderia mais diferente. Brilhava como se fosse uma joia e suas roupas eram magníficas. Assim quando chegou a presença do Sultão, este ficou muito impressionado. Apesar de ter tudo que precisava, cobiçou coisas inimagináveis.
O gênio disse que estava a total serviço e que realizaria qualquer desejo. Tinha colocado apenas duas condições: Somente o sultão poderia fazer os pedidos e atenderia um desejo por dia. Assim seria até que fosse satisfeita a vontade do soberano.
Com os olhos brilhando de alegria, o sultão não perdeu tempo e resolveu fazer logo o primeiro desejo. Como forma de testar o poder do gênio…
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Simbad e o Leão de Jade
I
O marujo já havia navegado por muitas águas. Seus olhos nunca cansavam de olhar para o mar. Já possuiu riquezas, tesouros e tudo o que pessoas comuns desejam um dia ter. Já teve seus tesouros roubados, naufragou algumas vezes. Mudou de tripulação, teve amigos leais, mas já foi traído. Hoje levava somente aquilo que não poderiam lhe tirar: Sua experiência e seu conhecimento.
Sua busca por conhecimento o levou a procurar por uma criatura vista por poucos: O Leão de Jade. Diziam que era maior que um leão comum, e tinha uma coloração que lembrava a pedra. Não tinha interesse em fazer mal ao animal, mas estava interessando no que o animal podia lhe oferecer. Quando questionado com a questão ou problema mais difícil, o animal oferecia a resposta.
Simbad sabia o que iria perguntar ao animal. Dentro de seu coração existia um mistério que ainda não havia sido revelado. Com ajuda do leão teria a resposta que tanto ansiava. Antes, porém, ele precisaria ser encontrado.
A busca teve início quando encontrou e resgatou um náufrago de olhos puxados. Estava à deriva em um pedaço que havia sido um barco. Não falavam a mesma língua, mas existiam duas palavras que Simbad conhecia nas diversas línguas dos homens: “Leão Jade”. Após pronunciar com dificuldade estas palavras, desmaiou aos olhos de toda a tripulação.
O náufrago era magro, tinha uma trança longa e bigodes. A tripulação que tinha representantes de quase todos os povos conhecidos e fora forjada aos poucos. Era uma amalgama de homens que tinham em comum apenas o desejo de novas aventuras. Com o novo integrante do navio encontrou um pedaço circular de madeira, com a tinta quase apagada: Um mapa. Era o único objeto que o homem possuía e carregava dentro da sua camisa. Simbad olhou a madeira, agora sabia aonde procurar a ilha em que o leão habitava.
A vontade de Simbad impulsionava aquela embarcação no curso, mais do que os ventos mais fortes. Em breve chegariam à ilha e ele teria seu questionamento respondido. Assim era o que ele acreditava.
Alguns dias passaram, e o náufrago ganhou novas forças com o descanso e alimentação. Simbad ainda queria entender o que havia ocorrido na ilha, e como aquele homem fora parar sozinho na imensidão do mar. O homem que agora parecia recuperado, e viu o mapa na mão de Simbad. Levantou e correu em direção ao marujo, que nesse tempo já estava com uma adaga em punho.
Não se tratava de uma tentativa de assassinato. O homem queria o mapa. Falava desesperado e como se alertasse que a vida de todos estava em perigo eminente. Simbad que era curioso por natureza, encarou o desespero do homem, como a certeza de que iriam encontrar o leão.
Mais dias passaram e não havia sinal da ilha. Começaram a navegar por um mar com pedras pontiagudas que saiam das profundezas afiadas como presas. O náufrago estava em um estado pior do que no dia em que foi resgatado. A palidez no seu rosto aumentava e Simbad sabia o que isso significava. O leão estava próximo.
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