O Projeto Baker Street 221 B está de volta! Foi criado no final de 2016 e tem como objetivo ler a obra completa de Sherlock Holmes criado por Arthur Conan Doyle. Os livros tiveram desdobramentos no cinema, teatro e televisão e na literatura. Após uma pausa de um ano e meio, o projeto ganhou um novo fôlego. Conheci outro apaixonado pelos romances policiais: O Rudá Frias. Fizemos a leitura em conjunto de todos os contos que compõe o livro As Aventuras de Sherlock Holmes.
O livro As Aventuras de Sherlock Homes é dividido em 12 contos. Foram publicados originalmente de forma seriada e mensal entre 1891 e 1892 na revista The Strand. O público já tinha tido contato com Sherlock Holmes com os romances Um Estudo em Vermelho (1897) e Signo dos Quatro (1890) então algumas informações referentes aos livros são citadas nos contos. Cada nova publicação vinha com ilustrações do artista Sidney Page, confira algumas abaixo:
O público da época aguardava ansioso por um mês inteiro, para ter acesso a mais um conto na revista The Strand. Nós lemos 2 ou 3 contos por semana. Sempre acompanhados de debates sobre os personagens, métodos de dedução e impressões de leitura. Agora podemos compartilhar um pouco dessa experiência com vocês. Preparem seus cabriolés! (5 Xelins se chegarem até o final do post e lerem os contos depois).
EXPERIÊNCIA COM AS AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMES (Por Rudá Frias)
“Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher”. A enigmática frase inicial de Um Escândalo na Boêmia, conto que abre a obra lida, não poderia me trazer maior curiosidade sobre o desenrolar da história. Com exceção de dois contos avulsos lidos anos atrás, ainda não havia tido um contato mais forte com a escrita de Arthur Conan Doyle e as incursões de seu personagem mais famoso. Lembro que no início de minhas leituras, não pude deixar de compará-lo com o também detetive Hercule Poirot, criação de Agatha Christie, por seus métodos de investigação e dedução quase que infalíveis.
Um dos pontos que mais me chamou atenção, no entanto, é as falhas e os problemas que Holmes apresenta, e uma “humanização” maior na construção do personagem, a partir da descrição analítica de seu amigo e companheiro, o médico Watson. Os casos seguem uma linha muito similar, fazem parte das memórias de Watson e seguem o encontro do médico com Holmes. Logo depois, vemos a chegada de algum outro personagem que apresenta seu problema, narrando uma história cheia de detalhes, os quais, por vezes, podem parecer irrelevantes. Quando este personagem sai de cena, Holmes se posta a investigar os aspectos que mais o chamaram atenção, formulando algumas teorias em mente e buscando a dedução para a solução do caso em questão.
Por mais que eu quisesse ler um conto e não pensar sobre o que estaria acontecendo na história, a escrita me transportava aos acontecimentos de tal forma que eu ao conseguia me desprender dos meus próprios métodos de análise e dedução. Seguindo os próprios passos de Holmes, o que importa além da visualização da temática, é a sua observação. A observação dos detalhes indica, ao menos, o caminho para a descoberta e solução dos problemas. É claro que algumas situações soam absurdas ou pouco críveis, como o incrível conhecimento de Holmes sobre quase tudo, desde a origem de bitucas de cigarro à percepção de qual objeto havia perfurado a neve ao redor de uma residência onde um crime havia ocorrido. Entretanto, esses aspectos todos acabam por causar a magia do entretenimento dos contos. Também é importante ressaltar as informações sobre a sociedade inglesa do século XIX e a construção da Londres daquela época – superioridade masculina, noções sobre pessoas “degeneradas”, a sujeira da cidade, uso de cabriolés, drogas legalizadas.
À respeito dos contos, destaco, em princípio, Um Escândalo na Boêmia, pela sagacidade na apresentação de uma personagem que ficou na mente de Holmes por ter se equiparado a outros quatro homens. A Liga dos Cabeça-Vermelha também chamou minha atenção pela forma fantástica e inusitada de como o caso é construído e, certamente, pela solução. O Mistério do Vale Boscombe se destaca pela mudança de ares da cidade para o campo e uma excelente descrição do interior inglês. Finalmente, gostaria de ressaltar As cinco sementes de Laranja, por abordar um assunto que era bastante delicado à época e as repercussões disto nas relações entre Estados Unidos e Inglaterra.
Minha primeira experiência, enfim, com Sherlock Holmes apenas me deixou com sede de ler mais e adensar e desenvolver melhor meus próprios métodos de percepção analítica das coisas. No mais, aguardo ansioso a próxima leitura.
EXPERIÊNCIA COM AS AVENTURAS DE SHERLOCK HOLMES (por Antonio Pimenta)
Meu primeiro contato com o personagem foi com o romance de estréia Um Estudo em Vermelho. Me apaixonei pela atmosfera de Londres do final do século XIX e pelos personagens incríveis e curiosos que me foram apresentados, conforme avançava nas minhas leituras. Devo dizer que assim foi o início de uma paixão precoce por romances policiais, e abriu portas paras os livros de outros autores como Agatha Christie.
A publicação do livro é posterior ao segundo romance (O Signo dos Quatro). Watson está agora casado e voltou a trabalhar como médico. Holmes, agora é o único morador no endereço Baker Street 221B. Apesar da rotina como médico e como marido, Watson narra cada um dos contos. Alguns deles com fatos de anos antes, mas por diversos fatores, publicados posteriormente.
Ao contrário dos romances, os contos oferecem uma variedade de personagens e situações em que todas as habilidades dedutivas de Holmes e ficamos ansiosos se Watson usará sua arma, afinal algumas situações em que são envolvidos, os fazem correr risco de vida. Em diversos contos temos situações em que o leitor fica curioso com a estranheza dos fatos, e engenhosidade de Doyle em criar situações para por a prova o taleto de Holmes.
Destaco Um Escândalo na Boêmia, tanto pela agilidade na trama, o aparecimento de Irene Adler, que eu queria ver novamente em outras aventuras com Holmes e Watson. A Faixa Malhada é estranho, como sempre, mas é bom e prende atenção do leitor até o final. Em O Homem da Boca Torta gostei muito de como foi inciado. Parecia uma aventura solo de Watson. Além de um ponto em particular, e tem relação com o final e resolução do conto.
Alguns contos são melhores que outros, e um dos que achei mais fracos é O Carbúnculo Azul. Envolve o desaparecimento de uma pedra preciosa que dá título ao conto e a participação de alguns gansos. Esse conto apesar de não ser tão bom quanto outros (claro que do meu ponto de vista) é de longe um dos mais engraçados do livro.
Espero que vocês acompanhem as próximas leituras.
Quer ler As Aventuras de Sherlock Holmes ? Clique Aqui.
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Em breve publicarei nas redes sociais notícias sobre as próximas leituras!
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Que venha o próximo 😉
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Que projeto maravilhoso! Também amo as histórias de Sherlock Holmes. Já li algumas obras. Recentemente adquiri um livro que contém quatro romances de Sir Arthur Conan Doyle. Pretendo ler em breve!
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