Aqueles dias pareciam que iam durar para sempre. Caminhávamos pelas ruas cheias de de vendedoras que cantavam em suas tendas:
-Tamaales! Aquí hay, aquí hay. … Calientitos están, los tamales.
Quentes eram nossos beijos, abraços. A mão dele segurando a minha. Ah, o mundo poderia parar, mas não parou. Como naquele noite uma moto também não parou.
Voltei na manhã seguinte a casa dele e vi su papá com olhos tristes.
– Dios le ayude a soportar tan gran ausencia.
Muerto… todas las lágrimas vertidas sólo por amor.
Não levaram a dor em sua corrente.
-Tamaales! Aquí hay, aquí hay.
Não queria ouvir.
Ah a saudade de tus ojos, de sus besos.
-Mi amor por ti no tiene límites ni barreras.
O frio em meu coração, trouxe novembro depressa.
Caveiras pintadas pelas ruas, cheiro de velas e músicas que falavam de dor e saudade, cantadas de maneira alegres.
Quando sentado no muro baixo de casa, ouvi uma voz.
O frio de novembro passou naquele instante.
-El recuerdo de un sentimiento puede durar una vida.
-Mi amor!
Não havia me deixado.
Por todos os anos, retornou, trazendo calor no frio de novembro.
–Calientitos están…
Passei a sorrir ao ouvir a vendedora de Tameles.
-El recuerdo de un sentimiento puede durar una vida.
Um dia, meu corpo cansando, dormiu.
Acordei ao seu lado. De onde não mais saí.
E esses dias sim, duraram para sempre.